Brasileiro Vs 16V


Fazia um certo tempo que não ouvia isso, mas aconteceu. Conversando com um taxista a respeito do seu interesse pelo Nissan Livina, ele acabou dizendo (a bordo de sua Meriva 1.8 8V) a razão das suas suspeitas: os motores de 16 válvulas da minivan japonesa. Afinal, por que muitos brasileiros ainda desconfiam desse tipo de motor?

Vamos a um histórico rápido. Em março de 1993 era lançado o Tempra 16V, o primeiro carro com cabeçote multiválvulas fabricado no Brasil. Tinha 28 cavalos a mais que o motor 2.0 original e ultrapassava a barreira dos 200 km/h , mas oferecia um desempenho praticamente igual em baixas rotações – e por um preço sensivelmente maior.

Essa falta de reações mais enérgicas em marcha lenta na primeira geração de motores desse tipo seria uma das justificativas para que eles não emplacassem no Brasil. A outra surgiu em relação à manutenção supostamente mais dispendiosa. A teoria – que ganhou força com os problemas enfrentados por donos do Gol 1.0 16V e 16V Turbo na virada do século – na verdade escondia o fato de que 1) a maioria dos mecânicos simplesmente não estava preparada para lidar com cabeçotes multiválvulas, e 2) a maioria dos motoristas não seguiu os padrões de manutenção recomendados pelos fabricantes.

A relativa lentidão em trânsito urbano seria resolvida com o uso de coletores de geometria variável e comandos de válvulas variáveis (VTEC, i-VTEC, VVT e VVT-i). O problema é que, no auge da adoção desses motores no Brasil, quando Palio, Corsa, Gol, Astra e outros carros exibiam orgulhosamente a inscrição 16V, poucos possuíam esses refinamentos. Os motores 1.0 16V Turbo e o Fivetech dos Marea traziam comandos variáveis, mas foram sufocados pela necessidade de maior cuidado na manutenção – apesar de continuarem valorizados pelo público entusiasta.

O fato é que motores com quatro válvulas por cilindro são indiscutivelmente mais modernos, mais potentes, oferecem mais rendimento e menor consumo que os com duas válvulas por cilindro, e se popularizaram no mundo inteiro, menos no país do samba. Gradualmente, todas as marcas mais populares do Brasil foram abandonando os cabeçotes desse tipo. Na Volks e na GM, a configuração simplesmente desapareceu. Na Ford, continuou equipando poucos carros, como o Focus, mas sem nenhuma identificação indicando sua presença.

Na Fiat, os cabeçotes do tipo acabam de voltar com força nos modernos motores E.torQ – e perceba que o grande destaque da linha é dado justamente à fartura de torque, e não à quantidade de válvulas. O mesmo ocorre com Honda e Toyota, cujos motores a maioria dos motoristas leigos nem sabe que possuem 16 válvulas.

Qual lição tiramos de toda essa história? Talvez que o subdesenvolvimento e as características constrangedoras (e únicas) de nosso mercado às vezes não são culpa apenas dos fabricantes e dos impostos. O próprio público que insiste em pensamentos retrógrados acaba contribuindo para isso.

A implicância aparentemente está diminuindo, e a tendência é que esse tipo de motor domine o mercado – mas sempre tem algum cara como o taxista do início do texto para ir contra a lógica e mexer com nossa paciência.

Fonte: http://www.jalopnik.com.br

20 comentários:

Unknown disse...
24 de março de 2011 às 20:15

o problema é manutenção desses veiculos.o custo beneficio de um 16v.quanto custa uma correia dentada e uma mão-de-obra???
esse é o dilema dos 16v

Takeshi disse...
24 de março de 2011 às 20:16

Mas isso é bem verdade, tem muito motorista que so troca o óleo depois que passa da kilometragem indicada, daí começa a formação de borra, sem contar os que colocam óleo barato, fora da especificação do motor... aí ja viu, depois fala que o motor que não presta...

Vinicius disse...
24 de março de 2011 às 22:37

Maite esse pensamento atrasado que impede a evolução dos motores...
a maioria dos 16v nem correia dentada existe! é corrente de comando interno!

Unknown disse...
25 de março de 2011 às 00:15

Tudo bem vinicios,só eu acho qe não vale apena um 16v tudo é mais caro,tudo é bem mais complicado de um mecanico ou eletricista poder mexer.Já viu tirar um arranque de marea 16v????
só cabe uma mãe e olhe lá.é esse o problema do 16v manutenção e o preço da mão-de-obra de quem faz..

Alan Lemos disse...
25 de março de 2011 às 01:45

eu acho que o problema é a ventuinha! eaaueheuhaeuhaeuheuheuhea

Fredão disse...
25 de março de 2011 às 02:19

vc colocou, no seu texto "modernidade e ganho de potencia, em altas velocidades e tal. e colocou tambem que são caros; de manutenção mais cara ainda, que os mecanicos não estavam preparados e ainda se pergunta; porque não emplacaram no Brasil!?

Pai Mãe e filha - lindos!!! disse...
25 de março de 2011 às 02:26

A unica forma de forçar os postos de gasolina a baixarem os preços .
Veja abaixo e repasse também a todos os contatos:
http://ronyana.blogspot.com/2011/03/vamos-boicotar-os-postos-de-gasolina-da.html

Vinicius disse...
25 de março de 2011 às 02:40

sim ! ta ai o pensamento errado... bons mecanicos se prepararam e sabem trabalhar com o comando 16v.
segundo marea é um caso aparte. motor grande com cofre pequeno, não que seja o cabeçote de 4 valvulas por cilindro e sim a engenharia de como ele foi montado e vairos componentes ocupando espaço junto ao motor.e hj em dia manutenção não é esse absurdo como todos falam.

Anderson disse...
25 de março de 2011 às 03:09

Não acho a manutenção tão cara assim.
Tinha um carro 1.8 e agora tenho um clio sedãn 1.0 16v
Além do motor ser extremamente confiável, quase não dá manutenção e quando dá, é barato.
È como o Takeshi disse, os caras não cuidam, colocam óleo barato e depois choram, o meu carro por exemplo, está especificado no manual, só colocar óleo semi-sintético.

Mas ouvi falar que a Volks não acerteu nessa técnologia, mas fiat e outras sim

LUIZ PICCININI disse...
25 de março de 2011 às 03:39

Eu tive um Clio, 1.0 16v... realmente na estrada ele tinha alguns poucos cavalos a +. Porem o consumo de oléo de motor é maior nos motores 16v.

MaNo disse...
25 de março de 2011 às 05:05

Simples, muitos brasilheiros duvidão do 16v, por que nao sabem dá a manutenção devida ao motor, o principal erro dos brasilheiros é deixar o oleo sintético de lado e parti para o mais barato, nao é de me adimirar se eu me deparar com alguem colocando oleo de cozinha no motor!.

UNSUPERSOLDIER disse...
25 de março de 2011 às 07:36

Não troco o meu Corsa GSI 1.6 16V por essas porcarias 1.0 que saem hoje em dia!
Anda muito e é econômico!

Schutz disse...
25 de março de 2011 às 08:38

Também nao troco meu Corsa GSI 1.6 16 por nada desses 1.0 anda muito completão e acessível ....

O Ateu disse...
25 de março de 2011 às 09:01

Cara, e tenho um Doblò 1.6 16v, vai por mim é um lixo se comparado à manutençãod o 8v, o desenpenho não compensa tanto.

Yuri Nidahara disse...
25 de março de 2011 às 10:31

Gostei muito da materia. Principalmente do penultimo parágrafo. O povo gosta de por a culpa nas montadoras e no governo pelos produtos inferiores oferecidos aqui, mas recebem novidades procurando defeitos. As montadoras oferecem aquilo que o povo compra. Se o povo exigisse inovações, hoje não teríamos carros sendo lançados com duas gerações de atraso em relação à Europa.

Unknown disse...
25 de março de 2011 às 10:40

A verdade nua e cru!!! No motor 8v AP(VW) ou OHC (GM) vc pode colocar até óleo de cozinha que não dá nem borra. Concordo que são retrogrados, mas confiáveis e com torque compatível aos moderníssimos E-torq.

Lucas disse...
25 de março de 2011 às 11:30

Uso gol g3 16v, sinceramente não tenho o que reclamar desde quando tenho ele não tive nenhum problema com motor e são raros os problemas com o carro também, se você fizer a revisão e a troca de oleo no tempo certo não vai dar nenhum problema!

Unknown disse...
25 de março de 2011 às 13:14

16v São lixo e todo mundo sabe disso, quem defende é porque não tem carro ou tem muita grana pra ficar fazendo manutenção periodica igual 1º mundo. Os carros brasileiros tem que ser pra realidade do brasileiro.
Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás Não abasteça nos postos da Petrobrás

Gustavo disse...
27 de março de 2011 às 01:49

Quem não tem grana pra gastar com manutenção basica do carro, não deve comprar um, simples assim.

Messias disse...
29 de março de 2011 às 23:21

Bom tenho meu Stilo 1.8 16v que dá pau em Golf 2.0, Astra 2.0, 307 2.0,
Já deu pau em New Civic na carvalho pinto pq o cara não segurou o carro a 200km por hora e com 16v isso é facil então eu sou suspeito a dizer algo sobre ter 16v debaixo do capo!!

Real Time Web Analytics BlogBlogs.Com.Br