Corsa


Clique para ampliar a imagem

A Opel, fundada em 1862 por Adam Opel e subsidiária da General Motors desde 1929, tinha no Kadett seu modelo de entrada desde antes da Segunda Guerra Mundial (leia história). Contudo, as dificuldades de tráfego e de estacionamento na Europa e o crescente preço do combustível, no final da década de 70, levaram-na a ver espaço no mercado para um carro ainda menor.


A receita básica seria a mesma já adotada por marcas concorrentes nos últimos anos, como a Volkswagen com o Polo e a Ford com o Fiesta: motor transversal, tração dianteira, carroceria hatchback de três e cinco portas, pouco mais de 3,5 metros de comprimento. Uma nova fábrica em Zaragoza, Espanha, foi construída para fabricá-lo, e a palavra italiana para corrida, que transmitia uma impressão de dinamismo, escolhida como seu nome: Corsa.



A primeira geração do Corsa, lançada em 1983: um hatchback menor que o Kadett, com três ou cinco portas, linhas retas e econômicos motores de 1,0 a 1,5 litro

O pequeno carro da marca de Rüsselsheim, pequena cidade próxima a Frankfurt, Alemanha, veio ao mundo em 1983. Compacto, repetia em grande parte as linhas retas e modernas da geração D do Kadett, lançada três anos antes, mas a traseira trazia um corte abrupto que o deixava menor. A ampla área envidraçada permitia boa visibilidade e o pára-choque traseiro envolvia a saia, enquanto o dianteiro tinha continuidade na grade. Tudo bem de acordo com as tendências de seu tempo.

Além de Polo e Fiesta, numerosos outros modelos competiam no mesmo segmento, como o Renault 5, o Fiat Uno e o Peugeot 205 (a partir de 1984). Mas a Opel era a única a oferecer também versão de três volumes e duas portas -- embora não tenha feito o mesmo sucesso do hatch na maioria dos mercados. A linha de motores contava com os econômicos 1,0, 1,2, 1,3 e 1,4-litro a gasolina e o 1,5 a diesel.

A versão GTE foi a primeira esportiva da linha, com motor de 1,6 litro e 100 cv, ainda a carburador. A chegada da injeção em 1990 mudaria a sigla para GSi


A versão SR 1,3 logo conquistava os europeus pelo acabamento esportivo, com bancos "tipo Recaro", e o bom desempenho do motor de 72 cv, o único da gama com cabeçote de fluxo cruzado e câmbio de cinco marchas. Esse perfil seria acentuado anos depois pelo esportivo GTE, com motor 1,6 de 100 cv.

Em 1990 o Corsa recebia retoques externos e internos, sendo o GTE renomeado GSi com a adoção de injeção eletrônica. Aparecia também o motor 1,5 turbodiesel. Dois anos depois o SR passava a SRi, com cilindrada elevada para 1,4 litro, injeção e a mesma suspensão do GSi. Na Inglaterra o carro era vendido sob a marca Vauxhall, como todos os Opels, e com o nome Nova, impensável em seu país de origem: poderia ser lido como "no-va", ou "não vai" em espanhol, e interpretado como de fraco desempenho...


A versão de três volumes era uma opção rara no segmento dos pequenos europeus. Curiosamente não foi desenvolvida para a segunda geração, a não ser no Brasil


A segunda geração A primeira geração durou nada menos que 10 anos. Assim, ao projetar seu sucessor a Opel tinha de ser ousada. O desenho do novo Corsa (nome agora extensivo ao Vauxhall inglês) coube à equipe Studio 6, chefiada pelo japonês Hideo Kodama, do centro de estilo da marca, e surpreendeu quando ele foi apresentado ao mundo, em fevereiro de 1993.


Não havia resquícios do retilíneo modelo anterior: tudo era curvo ou ovalado, dos faróis às lanternas traseiras, passando por vidros, molduras das portas e grade, agora apenas um vão entre o capô e o pára-choque. Interessante era que a versão de cinco portas assumia linhas bem diferentes da de três, com a traseira mais vertical (assegurando inclusive maior espaço para bagagem), lanternas estreitas e vidro traseiro chegando às colunas. Não havia mais o três-volumes.




Dez anos depois, um novo Corsa, todo arredondado e muito atraente. A versão GSi vinha com motor 1,6 de 16 válvulas e 109 cv, que a levava de 0 a 100 km/h em apenas 9,5 s

A mecânica não tinha inovações, mantendo o esquema básico do anterior. Os motores eram de 1,2 (50 cv) e 1,4 litro (em duas versões: com injeção monoponto e 60 cv, ou multiponto e 82 cv), todos de oito válvulas. Para o esportivo GSi, um 1,6 16-válvulas de generosos 109 cv a 6.000 rpm, capaz de levá-lo de 0 a 100 em 9,5 s e atingir 195 km/h de máxima. O coeficiente aerodinâmico (Cx) era bom, 0,34 na versão de cinco portas e 0,35 na de três (exceto GSi, também 0,34).

A segunda geração foi produzida em Zaragoza (Espanha), Azambuja (Portugal) e Eisenach (Alemanha) até 2000, tendo recebido retoques de estilo em 1998 e outras opções de motores: 1,0 de três cilindros (50 cv), 1,4 16V (90 cv), 1,5 turbodiesel (64 cv), 1,7 diesel (68 cv). Outras unidades da GM a fabricá-lo foram as do México, África do Sul, Argentina, Colômbia, Equador, Venezuela -- e a do Brasil.



Carro mais vendido do mundo em 1999, o Corsa foi produzido e vendido em vários continentes. Os australianos da Holden criaram esta interessante versão targa, o Barina Cabrio



Foi produzido também na Austrália pela Holden, empresa da GM, a partir de 1994, com motores 1,2, 1,4 e 1,6-litro e o nome Barina -- utilizado pela marca, de 1985 até então, em uma versão do Suzuki Swift. Em 1998 surgia nesse país um curioso targa denominado Cabrio, em que a metade posterior do teto era recolhida, restando arcos de proteção que simulavam as colunas traseiras do três-portas. No ano seguinte o Corsa era o carro mais vendido do mundo.

No Salão de Paris de 2000 surgia na Europa a terceira geração do Corsa, com aprimoramentos como subchassi na suspensão dianteira, câmbio automatizado de operação seqüencial (denominado Easytronic) e motor 1,8 16V de 125 cv no esportivo GSi (saiba mais). Às versões de três e cinco portas somavam-se em 2001 o Combo, furgão que já existia na geração anterior, e o Combo Tour, sua versão de passageiros, ao estilo de Doblò, Kangoo e Berlingo.


O modelo 1998 europeu recebia leves alterações de estilo e motor 1,0-litro de três cilindros. Dois anos depois seria apresentada a terceira geração do Corsa

O popular da Chevrolet Em 1992, pouco antes do lançamento europeu do segundo Corsa, a subsidiária da General Motors em um certo país do outro lado do Oceano Atlântico tinha alguns problemas. A Fiat havia inaugurado com sucesso o segmento de motor 1,0-litro no Brasil com o Uno Mille, em 1990, ao qual o gigante americano só podia responder com uma versão despotenciada do velho Chevette. Pesado, pouco espaçoso e com tração traseira, o Junior foi um fracasso. Era preciso implantar algo novo à categoria. Continua

0 comentários:

Real Time Web Analytics BlogBlogs.Com.Br