Como anda o modelo mais potente da história da marca alemã
Jason camisa, New York Times Syndicate
Peço desculpas ao Mercedes-Benz SLR McLaren, mas o SL65 Black Series 2010 agora é o modelo da marca sediada em Stuttgart (Alemanha) mais potente de todos os tempos. Esse raro e assustador SL é o terceiro carro da marca a ganhar a sigla Black Series e se parece mais com um míssil cruzando o espaço. Como todo rei tem sempre um puro-sangue, esse aqui reúne vários deles. São 661 cavalos, potência que faz suas costas colarem no encosto do banco enquanto o carro acelera de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos. E se você continuar pisando no pedal da direita vai acabar levando o ponteiro do velocímetro até 320 km/h. Pode parecer absolutamente desnecessário, mas acredite: essa velocidade é limitada eletronicamente. Isso mesmo, esse SL seria capaz de chegar perto dos 350 km/h.
Ao contrário dos outros SL, esse Black Séries não é um conversível. Ele vem com uma capota rígida feita de fibra de carbono, material leve e resistente usado na Fórmula 1. E para oferecer o máximo de leveza possível, diminuíram o peso da janela traseira. Além disso, todos aqueles apêndices aerodinâmicos, inclusive nos pára-lamas, fizeram a largura do carro aumentar quase cinco polegadas em relação ao SL convencional. As enormes rodas de aro 19” na frente e 20” atrás também ajudam a deixar claro que o carro é largo de verdade. Em estradas de alta velocidade, com o aerofólio traseiro funcionando a todo vapor, você pode jurar que está vendo um carro do DTM (Campeonato Alemão de Carros de Turismo).
Para chegar a tanta potência, a AMG recorreu a um par de turbos tamanho GG para caberem no V12. Assim, o torque atingiu estratosféricos 102,1 kgfm e o câmbio teve que ser o automático de cinco marchas com duas hastes próximas do volante para trocas seqüenciais, já que não encontraram nenhuma caixa manual que aguentasse segurar tanta força sem correr o risco de quebras. Mas por causa dessas turbinas grandes é preciso acelerar muito para enchê-las. Em baixa rotação, elas agem como uma espécie de mordaça para o carro. Por isso, não faça cerimônia em espremer o acelerador.
E haja freio para conter toda essa fúria. O sistema mais simples, que usa hidrovácuo no lugar de assistência elétrica foi escolhido por uma questão de economia de peso. Mas funciona a contento. E o sistema que controla a inclinação da carroceria nas curvas foi deixado de lado pela mesma razão. O resultado é uma economia de 95 kg em relação a um SL65 convencional. Se você ficou impressionado, então saiba que a versão vendida no mercado europeu teve um regime ainda mais rigoroso por causa dos bancos do tipo concha, feitos de fibra de carbono e que não vêm com air bags.
A força monumental desse carro é de tirar o fôlego. Basta provoca-lo que os pneus cavam o asfalto e fazem o velocímetro apontar três dígitos com uma rapidez impressionante. Portanto, controlar saídas de traseira e a carroceria chacoalhando de um lado para o outro não é tarefa para qualquer um. Segundo um engenheiro da AMG, esse temperamento agressivo vem de um conflito entre o diferencial autoblocante e o resto da transmissão. O que também deixa qualquer um de boca aberta é o ronco do motor, que vai assustando todo mundo pelo caminho. A suspensão é bem firme para os padrões da Mercedes e a direção, bastante rápida, mas as rodas girantes acabam limitando o raio de giro. Diferente e exclusivo nesse SL é o mecanismo do aerofólio traseiro, que ocupa boa parte do espaço no porta-malas. De qualquer forma, esse SL65 Black Series foi feito para ser o mais invocado dos Mercedes e consegue esse feito de um jeito mais especial que o ridículo SLR, que fica devendo não apenas mais potência e força, mas, oh, custa ainda mais caro que os US$ 410 mil exigiros por esse carro nos Estados Unidos. Todos saúdam o príncipe das trevas.
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