Benetton de 1994 vira inspiração da Brawn GP para sonhar alto

O GP da Austrália comprovou que a Brawn GP inicia a temporada como a equipe a ser batida, após a dobradinha de Jenson Button e Rubens Barrichello, enquanto as poderosas McLaren e Ferrari sofreram na primeira prova do ano. Apesar de ainda enfrentar problemas econômicos, o time de Ross Brawn já passa a sonhar com o título e o dono da escuderia tem um bom motivo para reforçar este objetivo.

UM REPLAY DE 1994?
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Em 1994, Benetton dominou a 1ª metade da F-1 e deu título a Schumacher
Reuters
Agora, Ross Brawn tenta repetir o êxito com sua equipe



Há 15 anos, o mesmo cenário foi visto na Fórmula 1 quando a Benetton começou a temporada com tudo, deixando a Williams, que dominara as duas edições anteriores, para trás. Assim como em 2009, aquele ano foi marcado por mudanças nos carros da categoria e a Benetton foi quem aproveitou melhor a temporada anterior para trabalhar no carro de 1994 e tornar-se favorita.

Naquela época, o time contava com uma revelação, o alemão Michael Schumacher, e tinha Ross Brawn como o responsável pela estratégia da equipe. Com um carro bem acertado, a Benetton ganhou seis das sete primeiras provas de 1994 (GPs do Brasil, do Pacífico, de San Marino, de Mônaco, do Canadá e da França) e ainda foi segunda colocada na única que não ganhou (GP da Espanha) neste período. Todos os resultados com Schumacher.

Na segunda metade da temporada, a Williams melhorou o carro, passou a dominar a F-1, mas o alemão, com 25 anos na época, acabou conquistando o título na última prova da temporada, após se envolver em um polêmico acidente com o inglês Damon Hill no GP da Austrália. Schumacher ganhou o primeiro de seus sete títulos na categoria por apenas um ponto de diferença.

Exceção feita ao piloto, já que Jenson Button e Rubens Barrichello têm mais de 28 anos e estão longe de serem considerados promessas, a Brawn GP seguiu o mesmo roteiro da Benetton. A equipe herdou o espólio da Honda, que abandonou a temporada 2008 em sua metade para trabalhar no projeto do carro de 2009. A Honda tinha Brawn como o chefão da equipe na pista e ele tratou de repetir o mesmo planejamento que fez na Benetton.

"O fato é que nós iniciamos este carro há 15 meses. Acredito que fomos os únicos que fizemos isso", revelou o dirigente. "Algumas pessoas esquecem o que acontece quando novas regras são introduzidas. Em 1994, isso também aconteceu, quando novas regras foram feitas e eu estava na Benetton. Nós sacrificamos 1993 e em 1994 nós ganhamos o título mundial", recordou Brawn.

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Outra semelhança é que aquele carro da Benetton foi contestado pelos adversários de usarem um computador de bordo ilegal, que ajudaria no controle de tração do carro, justamente o equipamento que havia sido banido da F-1 em 1994. Desta vez, a polêmica fica por conta do uso do difusor traseiro na Brawn GP, já questionado por Ferrari, Red Bull e Renault, que fizeram um protesto à Corte de Apelação da FIA e o caso será julgado em 14 de abril.

Apesar da boa lembrança, Brawn trata de manter a cautela para esta temporada. "Agora nós temos um longo caminho para seguir e eu penso que as pessoas vão melhorar rapidamente seus carros neste ano. Temos de melhorar para Barcelona (quinta prova do ano) e mais dois ou três passos durante o ano", avaliou o chefão da líder da temporada.

Nos três anos em que esteve na F-1, a Honda nem de longe teve o sucesso que a Brawn GP vem apresentando. Em 2006, a equipe mostrou um bom desempenho, sendo quarta colocada (com 86 pontos), mas caiu bruscamente de rendimento nos dois seguintes, sendo oitava em 2007 (com 6 pontos) e nona em 2008 (com 14 pontos).

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